Sorri e devolvi o comentário dele:
— Só falta você me dizer que a confundiu comigo.
— Eu... — Sebastião começou a falar, mas interrompi.
— Sebastião, parece que você nem me beijou tantas vezes assim, não é verdade?
O rosto dele ficou completamente embaraçado.
Namorávamos por mais de três anos. Sim, nós tínhamos dado as mãos e nos abraçado, mas beijos intensos entre um homem e uma mulher? Quase nenhum. Mesmo quando ele me beijava, era sempre algo leve: um beijo na mão, na bochecha, na testa. E, se chegava a beijar meus lábios, era sempre de forma rápida, quase sem contato.
Minhas palavras o deixaram sem resposta, e ele começou a ficar visivelmente irritado. De repente, soltou-me e passou a mão pelos cabelos com força.
— É, eu fui um idiota que, por um momento, perdeu a cabeça e a beijou. Mas foi só um impulso, não significa nada!
— Ah, então, dormir com ela é que significaria alguma coisa? — Retruquei, sarcástica.
Sebastião ficou descontrolado.
— Você realmente pensa que sou tão baixo a