Ruby despertou com os cílios ainda colados pelo sono, o rosto afundado nos lençóis finos caros que guardavam o perfume dele, uma mistura de couro, almíscar e algo mais primitivo que a fazia arfar mesmo imóvel.
A luz cinzenta da madrugada filtrava-se pelas frestas das cortinas grossas, tingindo o quarto com a paleta pálida, entretanto não se moveu de imediato. Ficou ali, deitada de lado, os dedos apertando devagar o tecido enrugado sob o seu corpo nu, enquanto o coração batia num ritmo tranquilo.
Os lençóis ainda estavam amarfanhados pela intensidade da noite anterior, e sorriu ainda mais ao sentir as cicatrizes doces nas dobras internas das suas.
Ela ergueu-se devagar, sentindo o corpo reclamar com um misto de exaustão e prazer. As pernas estavam dormentes, o quadril dolorido, os seios sensíveis de tanto toque; ela viu o robe leve, esquecido à beira da cama, foi puxado para cobrir a sua nudez.
No espelho do quarto de hotel, ela mal se reconhecia — os olhos brilhavam com um fulgor novo,