RUBY PORTMAN
E, como se sentisse que era sua função quebrar a rigidez do clã paterno, Steffan foi o primeiro a se mover.
Vestia um terno cinza-escuro, impecavelmente alinhado, mas havia nele algo de mais humano — menos militar, mais terreno. Quando se aproximou, o sorriso já vinha pronto, franco, sem cálculo. Estendeu a mão para mim, e eu apertei-a com entusiasmo. Não era a primeira vez que nos víamos, e talvez por isso aquele gesto tivesse algo de familiar. Cúmplice.
— Ruby — disse ele, e a sua voz era como um lenço quente num inverno cortante —, você não faz ideia do quanto eu estava esperando por esse jantar. Finalmente alguém que consegue desafiar o Harry sem precisar levantar a voz.
Soltei uma risada, incapaz de esconder o alívio que sentia em vê-lo ali. Steffan sempre teve essa habilidade estranha de me fazer rir, mesmo se não fosse o momento adequado.
— Espero que ele tenha sido justo comigo.
— Justo? — Ele lançou-me um olhar quase conspiratório. — Ele não exagera. Ele omite. E