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Sozinha no Mundo

Sozinha no MundoPT

Cuento corto · Cuentos Cortos
Skytree  Completo
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Resumen
Índice

O médico disse que eu só tenho mais três dias de vida. Falência hepática aguda. Minha única esperança é participar de um ensaio clínico — extremamente arriscado, mas é minha última e mais remota chance de sobreviver. Mas meu marido, Davi, deu a única vaga restante para minha irmã adotiva, Ema, que também é a madrinha da minha filha. A condição dela ainda está em estágio inicial. Ele disse que era “a escolha certa”, porque ela “merece mais viver”. Assinei os documentos para abrir mão do tratamento e tomei os analgésicos potentes receitados pelo médico. O preço disso é a falência total dos meus órgãos e a perda da vida. Quando transferi para Ema a joalheria que construí com tanto esforço, junto com meus projetos de design, meus pais disseram que “assim sim, você finalmente se tornou uma boa irmã”. Concordei com o divórcio e deixei que Davi se casasse com Ema. Davi disse que eu estava “finalmente sendo compreensiva”. Quando pedi à minha filha que chamasse Ema de mamãe, ela bateu palmas, feliz, e disse: "A Ema é uma mamãe gentil e boa." Dei todos os meus bens para Ema, e toda a família achou isso natural — ninguém notou nada de estranho em mim. Fico muito curiosa: quando souberem da minha morte, ainda vão conseguir sorrir?

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Capítulo 1

Capítulo 1

Sob o olhar compassivo do médico, inclinei a cabeça e engoli os analgésicos potentes.

Minha vida entrava nos últimos três dias.

Ao sair do consultório, fui até o quarto da Ema. O ambiente era acolhedor e silencioso; meus pais estavam ao redor dela, cercando-a de cuidados.

— Ema, vem provar o bolo que a mamãe fez.

— Bebe mais suco, é bom pra repor as vitaminas.

Assim que apareci, o clima congelou no mesmo instante.

— O que veio fazer aqui?

— Fingir doença não funcionou mais e agora quer implicar com a Ema de novo?

— Yasmin, não vamos mais deixar você maltratá-la.

Mamãe se postou diante de mim, a voz fria como gelo.

Papai também se aproximou, protegendo a Ema atrás de si.

— É inacreditável termos criado uma filha tão mesquinha como você. Se soubéssemos disso, nunca teríamos te colocado no mundo.

Sorri com amargura. Antes eu discutia, brigava, desmascarava a Ema. Mas qual era o resultado? Apenas mais parcialidade e acusações. Agora que estou prestes a morrer, discutir não faz mais sentido.

— Já que está aqui, tenho algo a dizer. — Disse papai com frieza.

— Deixa que eu falo primeiro. — Interrompi, sorrindo.

— A empresa, as patentes, os projetos de design... a Ema sempre quis, não é? Pode ficar com tudo.

Meus pais ficaram imóveis, espantados.

— Você realmente concordou?

— Não está armando mais um plano contra a Ema, está?

Abaixei a cabeça e dei um leve sorriso.

— Antes, quando me forçavam e eu não concordava, diziam que eu era egoísta. Agora que aceitei, ainda tem problema?

Mamãe enfim sorriu, satisfeita:

— Assim sim, parece uma boa irmã.

— A Ema sempre foi melhor do que você em design desde a época da escola. Quando sair do hospital, com certeza vai transformar a empresa em a número um da América do Norte.

Assenti em silêncio e entreguei o contrato de transferência.

Os olhos da Ema brilharam; ela sorriu de orelha a orelha e assinou na hora, sem esquecer de me lançar um olhar vitorioso.

Nesta casa, não importa o quanto eu me esforçasse — sempre fui a perdedora.

— Toma, Yasmin, prova um pedaço do bolo também. A Ema deixou um pedacinho.

Senti um nó na garganta e apenas assenti com dificuldade.

Talvez só entregando tudo eles aceitassem me dirigir a palavra com um sorriso.

Engoli as lágrimas.

Fico realmente curiosa: quando souberem da minha morte, souberem tudo o que a Ema fez... ainda vão conseguir sorrir?

Será que vão se arrepender, nem que seja só um pouquinho?

Dei entrada nos papéis de alta e voltei para casa.

Davi e nossa filha estavam fazendo bombons artesanais, e uma torta de maçã assava no forno.

Eles riam felizes, sem notar que eu havia chegado.

Davi só percebeu minha presença ao lavar as mãos, e seu sorriso sumiu na hora.

— Por que você não ligou antes de vir?

Fiquei imóvel, olhando os cartões sobre a mesa.

O papel era rosa, com lantejoulas e estrelinhas nos cantos.

Estavam escritas duas linhas com caligrafia delicada:

[Para a madrinha Ema mais linda do mundo.]

[Querida Ema, seja sempre feliz e alegre!]

A assinatura era da minha filha. Ao lado, uma frase rabiscada, mas afetuosa, do Davi:

[A torta de maçã que fiz pra você deve estar quase pronta. Não vale roubar um pedaço!]

Estou prestes a morrer, e só agora descubro que Davi sabe cozinhar.

E quando eu estava viva, me matando para ganhar dinheiro e cuidar da casa, o que recebia eram críticas e desprezo.

Antes, eu me revoltava, questionava, brigava.

Agora, não disse nada. Apenas fui até o quarto e comecei a arrumar minhas malas.

— Yasmin, preciso conversar com você. É sobre... a sua irmã, a Ema.

Davi se aproximou e puxou assunto.

— Então... depois da cirurgia, a Ema continuou muito fraca.

— Meus pais encontraram lá na cidade um mestre de tarô que disse que ela precisa se casar com um homem para melhorar.

— E como não conseguimos encontrar alguém de confiança de uma hora pra outra, eles querem que eu me case com a Ema primeiro.

— Talvez assim ela se recupere mais rápido...
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Jaqueline S.T.
mais um caça-níquel para um livro ruim...
2025-10-14 08:27:10
0
10 chapters
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
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