Capítulo 9 — Bem-vinda ao covil

A entrada principal da D’Abruzzi Corporation era uma obra de arte contemporânea: vidro, aço e mármore negro se encontravam em linhas austeras, refletindo poder e sofisticação. Alicia desceu do táxi com passos contidos, embora a rigidez do maxilar denunciasse o turbilhão que rugia por dentro.

Usava um tailleur azul petróleo de corte impecável, cabelos presos em um coque sóbrio e maquiagem sutil. A elegância natural de sempre. Mas quem a olhasse de perto — com atenção suficiente — notaria a leve hesitação no fundo dos olhos.

Recepcionada por uma funcionária que parecia ter saído de uma capa de revista, Alicia recebeu seu crachá temporário e foi conduzida aos elevadores privativos.

— Dra. Parker, o senhor Bellini a encontrará no 38º andar, onde sua estação de trabalho foi organizada.

— Obrigada — respondeu, com um sorriso educado.

No elevador espelhado, sozinha, respirou fundo. O coração batia com força, mas o rosto seguia inexpressivo. Treinada para parecer calma mesmo sob fogo cruzado.
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