A entrada principal da D’Abruzzi Corporation era uma obra de arte contemporânea: vidro, aço e mármore negro se encontravam em linhas austeras, refletindo poder e sofisticação. Alicia desceu do táxi com passos contidos, embora a rigidez do maxilar denunciasse o turbilhão que rugia por dentro.
Usava um tailleur azul petróleo de corte impecável, cabelos presos em um coque sóbrio e maquiagem sutil. A elegância natural de sempre. Mas quem a olhasse de perto — com atenção suficiente — notaria a leve hesitação no fundo dos olhos.
Recepcionada por uma funcionária que parecia ter saído de uma capa de revista, Alicia recebeu seu crachá temporário e foi conduzida aos elevadores privativos.
— Dra. Parker, o senhor Bellini a encontrará no 38º andar, onde sua estação de trabalho foi organizada.
— Obrigada — respondeu, com um sorriso educado.
No elevador espelhado, sozinha, respirou fundo. O coração batia com força, mas o rosto seguia inexpressivo. Treinada para parecer calma mesmo sob fogo cruzado.