Victor dirigia pelas ruas de Londres como quem percorre um labirinto escuro dentro de si mesmo. A cidade seguia viva lá fora — buzinas esparsas, luzes refletidas nos vidros dos prédios, pessoas apressadas cruzando esquinas. Mas para ele, tudo parecia em silêncio. Um silêncio incômodo, carregado.
Ele não queria deixá-la. Detestava ter que deixá-la.
Alicia dissera com aquela voz delicada que precisava ir para casa. Com aquele jeitinho doce, tão educado... mas ainda assim, recusando-se a passar a noite com ele. Pela primeira vez desde que tudo começou, ela não estaria ali, adormecida em sua cama, com os cabelos soltos sobre o travesseiro, com o corpo morno e suave enroscado no dele.
E isso... isso o estava irritando profundamente.
Estacionou o carro em sua garagem com brutalidade contida, como se o simples ato de girar a chave e desligar o motor pudesse extravasar a frustração. Subiu até a cobertura, arrancando o paletó e jogando-o sobre o sofá. Afrouxou a gravata com um movimento impaci