O sol da manhã filtrava pelas cortinas improvisadas que Sophia pregara sobre a janela quebrada de seu apartamento, mas o caos da noite anterior ainda pairava: cacos de vidro no chão, móveis virados, o eco do rosnado do intruso em sua mente. Ela passara horas limpando, reforçando as defesas com trancas extras, ignorando o cansaço que pesava nos ossos. Ethan Blackwood insistira em ficar, seus olhos âmbar carregados de preocupação e algo mais — uma intensidade que a desarmava. Mas Sophia o dispensara com a frieza de sempre: "Eu cuido de mim mesma." Mesmo assim, o cartão dele, com um endereço rabiscado em letras precisas, permanecia sobre a mesa: Blackwood Enterprises. Precisamos conversar.

Agora, às 10 da manhã, Sophia atravessava o saguão reluzente da sede da empresa em Manhattan. Vestia um terninho cinza-escuro, simples, mas elegante, sua armadura urbana contrastando com o luxo opulento do ambiente — mármore polido, lustres de cristal, seguranças discretos em cada canto. No elevador privativo, ela revisava os documentos do envelope da noite anterior, as anotações sobre "protocolos lunares" e "experimentos de contenção" ganhando um peso novo após o ataque feral em seu apartamento. Lobisomens. A palavra ainda parecia absurda, mas o instinto lhe dizia que era real. E Ethan Blackwood estava no centro disso.

O escritório dele, no topo do arranha-céu, era um santuário de minimalismo luxuoso: paredes de vidro com vista para o horizonte de Nova York, uma mesa de mogno polida e estantes com artefatos antigos que pareciam sussurrar segredos. Ethan estava de pé, impecável em um terno azul-marinho que abraçava seus ombros largos, mas havia uma tensão em sua postura, uma fadiga nos olhos âmbar que traía noites sem dormir — ou algo mais selvagem. "Você veio," disse ele, a voz grave com um misto de alívio e antecipação. Ele se aproximou, parando a poucos centímetros, o calor de seu corpo invadindo o espaço dela. "Depois do que aconteceu, temi que fugisse."

Sophia cruzou os braços, mantendo a distância e a compostura profissional. "Eu não fujo de casos, Blackwood. Quero respostas. Quem era aquele homem no meu apartamento? E o que você é, exatamente?" Sua voz era firme, cortante, mas seus olhos traíram uma centelha de curiosidade — não por ele, mas pelo mistério que ele representava.

Ethan contornou a mesa, cada passo deliberado, como um predador circulando sua presa. "Ele era um beta renegado do meu clã," explicou, parando tão perto que ela podia sentir o aroma dele — madeira, especiarias e algo indizivelmente selvagem. "Eu sou o alfa. Lobisomens existem, Sophia. Vivemos nas sombras, controlando instintos que poderiam destruir tudo. Minha empresa desenvolve um soro para conter as transformações, mas há quem queira usá-lo para nos escravizar." Ele estendeu a mão, tocando a bandagem em seu braço com uma delicadeza que contrastava com sua força. "Você está no meio disso agora. E eu te quero ao meu lado."

O toque dele enviou um choque por sua espinha, quente e perigoso. Sophia sentiu o desejo surgir, um calor traiçoeiro que começou no ventre e se espalhou, acelerando seu pulso. Era o risco que ele encarnava — o alfa, o lobo, o homem que poderia devorá-la em corpo e alma — que a atraía. Isso é um erro, pensou ela, recuando um passo, mas seus olhos desceram pelo pescoço dele, onde o colarinho aberto revelava a curva de músculos definidos, uma tatuagem tribal pulsando como se viva. Ele é tudo o que eu deveria evitar. Então por que meu corpo não obedece?

Ethan percebeu, um sorriso predatório curvando seus lábios. "Você sente, não é? O fogo." Ele eliminou a distância entre eles, uma mão firme na cintura dela, puxando-a contra seu peito. Antes que Sophia pudesse protestar, ele capturou sua boca em um beijo feroz, faminto, a língua invadindo com uma urgência que a fez gemer contra sua vontade. O beijo era uma batalha, e ela lutava — não para se afastar, mas para tomar o controle, mordendo o lábio inferior dele até sentir o gosto metálico de sangue. Ethan rosnou, um som baixo e animalesco, e a pressionou contra a mesa de mogno, o peso do corpo dele sobre o dela enviando ondas de calor por sua pele.

"Você vai me destruir," murmurou ela, mas suas mãos traíam o desejo, descendo pelo peito dele, dedos rasgando os botões da camisa para revelar a pele quente e marcada. Ethan respondeu com um rosnado suave, as mãos deslizando sob o terninho dela, puxando a blusa para expor a pele macia de seu abdômen. Ele traçou beijos ardentes pelo pescoço, descendo até o colo, mordiscando com precisão que misturava dor e prazer. "Quero você, Sophia," sussurrou ele contra sua pele, os dentes roçando o lóbulo de sua orelha antes de sugar com força, arrancando um gemido dela. "Quero tudo de você."

Ela arqueou o corpo, pernas entrelaçando as dele, puxando-o mais perto enquanto a mesa rangia sob seu peso. Suas mãos encontraram o cinto dele, desfazendo-o com urgência, sentindo a rigidez de seu desejo contra o tecido. Ethan a ergueu, sentando-a na borda da mesa, as mãos explorando suas coxas, subindo até rasgar a calcinha sob a saia com um movimento rápido. Sophia ofegou, unhas cravando nos ombros dele, o perigo dele a consumindo. Isso vai acabar mal, pensou, mas o julgamento se dissolveu quando ele a penetrou, lento e deliberado, cada movimento arrancando gemidos que ecoavam no escritório silencioso. Eles se moveram juntos, selvagens, ela montando-o enquanto ele guiava seus quadris, o ritmo acelerando até o prazer explodir em um clímax que a deixou tremendo, ofegante, agarrada a ele.

Ofegantes, eles se separaram, o ar pesado com o peso do que haviam feito. Sophia ajeitou o terninho, o profissionalismo voltando como uma armadura, mas seu coração ainda disparava. "Isso não muda nada," disse ela, a voz rouca. "Quero respostas, não complicações."

Ethan sorriu, ajustando a camisa rasgada. "Você já está no jogo, Sophia. E eu não desisto fácil." Antes que ela pudesse responder, o interfone disparou um alarme: "Senhor Blackwood, intrusos no perímetro!" Ethan praguejou, o desejo nos olhos dando lugar à tensão. "Eles estão vindo por nós. Prepare-se."