O silêncio que se seguiu à revelação caiu como uma tempestade muda sobre os três. A caixa de arquivos ainda estava aberta, os papéis espalhados, o tempo suspenso.
Arun segurava o dossiê com o nome do irmão como se pudesse arrancar dele uma resposta. Seus olhos, antes sempre atentos, agora vagavam perdidos pelo nada.
— Eu… — a voz dele falhou. — Meu irmão desapareceu há mais de vinte anos. Meus pais disseram que ele morreu em um incêndio. Disseram que eu não devia perguntar.
Bela trocou um olhar com Pravat, ambos entendendo que aquela história escondia feridas antigas. Mas não havia tempo para hesitar.
— Isso significa que ele foi recrutado — disse Pravat, racionalizando. — Que talvez nunca tenha morrido. Que foi usado como peça nessa rede. Ou pior… que se tornou parte dela por vontade própria.
Arun balançou a cabeça, incrédulo. — Arjun sempre foi diferente. Inteligente, reservado, mas… não era um traidor.
— Todos têm um ponto de ruptura — murmurou Bela. — Talvez o tenham quebrado. Ou