Bangkok não dormia. Mesmo à noite, a cidade pulsava como um organismo vivo: buzinas, letreiros em neon, vendedores ambulantes gritando em tailandês e uma sinfonia de cheiros — especiarias, óleo fervente, flores de jasmim e fumaça. Pravat, Bela e Sinn andavam pela Rua Yaowarat, o coração da Chinatown local, misturados à multidão apressada.
A cabeça de Pravat fervia. O vídeo do pai ainda ecoava em seus pensamentos. As palavras "nunca confie no sangue" estavam gravadas como uma maldição. Ele olhava para os rostos ao redor como se cada um pudesse esconder um segredo.
— A gente precisava respirar um pouco — disse Sinn, tentando aliviar a tensão. — Talvez um bao ou um chá gelado ajude a clarear as ideias.
— Ou uma armadilha — murmurou Pravat, ainda desconfiado.
Bela observava as lanternas vermelhas balançando acima das barracas. Aquela noite tinha uma energia diferente. As cores pareciam mais saturadas, os sons mais agudos.
Foi então que ela parou bruscamente.
— Espera… — sussurrou. — Vocês