Beatriz entrou em casa como uma tempestade. As portas do carro ainda batiam atrás de si quando seus saltos firmes ecoaram pelo mármore frio do hall da mansão Vasconcelos. A empregada tentou cumprimentá-la, mas ela nem sequer respondeu. Seguiu direto para a sala principal, largando a bolsa no sofá de couro como quem arremessa uma pedra contra o mar.
— Eu não acredito no que aquele homem fez comigo, mamãe! — explodiu, já com os olhos marejados de raiva. — Na frente de toda a empresa, diante de funcionários, acionistas e até de desconhecidos! Arthur teve a coragem de assumir aquela garota... aquela qualquer!
Dona Joana, uma mulher de porte elegante e olhar penetrante, deixou o bordado de lado e levantou-se com calma. Seus anos de vida lhe haviam dado um autocontrole quase inabalável, mas ao ver a filha em prantos, sentiu uma pontada de fúria crescer em seu peito.
— Beatriz, acalme-se. — aproximou-se, segurando os ombros da filha. — Conte-me exatamente o que aconteceu.
— Ele me humilh