A terça-feira amanheceu com um céu limpo, mas o ar parecia carregado de expectativa. Lívia entrou rapidamente em casa, o coração ainda acelerado pelos acontecimentos da noite anterior. Mal teve tempo de descansar — apenas uma ducha rápida, roupas elegantes escolhidas às pressas e um último olhar no espelho. Queria parecer composta, mas dentro dela reinava um turbilhão.

Arthur esperava na sala de estar, de pé, as mãos nos bolsos do terno impecavelmente alinhado. Quando ela apareceu na porta, ele a observou em silêncio por um instante, como se quisesse gravar aquela imagem. Havia admiração em seus olhos, mas também um traço de preocupação.

— Pronta? — perguntou com voz firme, mas carregada de cuidado.

— Pronta — respondeu ela, tentando soar mais confiante do que realmente estava.

No carro, o clima era diferente da noite anterior: havia menos intimidade, mas mais cumplicidade. Ambos sabiam que aquele trajeto não seria apenas uma simples ida ao trabalho — seria enfrentar o mundo lá fo