O elevador abriu as portas no andar da diretoria, e o som característico dos saltos de Lívia ecoou pelo corredor. Arthur caminhava alguns passos à frente, com a pasta ainda na mão, o semblante carregado desde a conversa no carro. O retorno à empresa deveria ter sido silencioso, mas logo ela percebeu um movimento incomum perto da sala dele.
Havia vozes — femininas, animadas — e risadas leves que contrastavam com o habitual tom contido daquele ambiente. Pela porta de vidro semiaberta, Lívia viu Beatriz dentro da sala, sentada de forma descontraída à frente da mesa de Arthur. Ao lado dela, uma mulher um pouco mais velha, mas com uma presença impossível de ignorar.
Cabelos castanhos claros, impecavelmente penteados em ondas que caíam sobre os ombros; a pele alva, quase sem rugas; e um vestido de alfaiataria bege que acentuava a elegância natural. Não era só beleza — era o tipo de sofisticação que parecia vir de berço, de quem nasceu e cresceu em ambientes onde tudo é calculado para impr