O carro deslizava pelas ruas iluminadas pela luz âmbar dos postes. A cidade parecia menos ruidosa naquele horário, e o som do motor, junto com a música suave que tocava no rádio, criava um ambiente quase íntimo.
Lívia observava as luzes passarem pela janela, mas estava consciente demais da presença dele ao lado. Arthur dirigia com uma mão no volante e a outra apoiada de forma relaxada sobre a perna. De vez em quando, o olhar dele se desviava para ela, rápido demais para ser considerado casual.
— Você ficou estranhamente calada — comentou, quebrando o silêncio. — Não é seu estilo.
— Talvez eu só esteja cansada.
— Mentira — ele sorriu de lado, mantendo os olhos na estrada. — Você está pensando em alguma coisa… ou em alguém.
Lívia cruzou as pernas e se ajeitou no banco.
— E se eu disser que estava pensando no almoço de hoje?
— Aí eu pergunto se você estava pensando na comida… ou na companhia.
Ela não disfarçou o sorriso que surgiu.
— E se eu disser que foi um pouco dos