A noite estava silenciosa quando Arthur abriu a porta do carro para Lívia. Ela hesitou por um segundo antes de entrar, sentindo aquele gesto como mais do que simples cavalheirismo.
— Obrigada — disse, acomodando-se no banco.
Ele deu a volta, sentou-se ao volante e ligou o motor. O som suave da música ambiente preencheu o espaço, mas não o suficiente para disfarçar o clima que havia ficado na cozinha.
— Gostou do jantar? — Arthur perguntou, lançando-lhe um olhar rápido antes de arrancar.
— Gostei… — ela respondeu, com um leve sorriso. — Mas não sabia que você cozinhava.
— Faço poucas coisas. Mas quando faço… — a pausa foi intencional, acompanhada de um sorriso de canto —, costumo acertar.
Lívia desviou o olhar para a janela, sentindo o subtexto.
— Confiante, hein?
— Apenas quando tenho certeza.
A estrada era pouco iluminada, e a luz do painel realçava as feições dele. Ela percebeu o perfume ainda fresco do banho, misturado ao leve aroma de vinho e chocolate.
— E voc