A notificação no celular de Caio vibrou discretamente, quebrando o silêncio calmo da noite. Estávamos deitados no sofá, aninhados um no outro sob uma manta fina. A televisão exibia qualquer coisa esquecida, enquanto meu foco era apenas o calor tranquilo da presença dele.
Caio pegou o celular com uma das mãos, mantendo a outra pousada na minha perna. Quando leu a mensagem, seu corpo enrijeceu um pouco, e ele soltou um suspiro breve, porém carregado.
— Meus pais mandaram mensagem.
Me levantei levemente, apoiando o cotovelo no sofá para encará-lo.
— E...?
Ele ainda encarava a tela como se as palavras o desafiassem.
— Querem jantar com a gente amanhã. Disseram que querem te conhecer melhor.
O convite caiu no ambiente como um objeto pesado e inesperado. Apesar de já termos falado sobre os pais dele algumas vezes, eu sabia que a relação não era das mais saudáveis. O pai dele, Paulo, havia aparecido uma vez no loft, num episódio desconfortável e tenso, e eu não esquecera a form