A luz filtrava pelas frestas da cortina com uma delicadeza quase poética. Ainda não era tarde, mas o calor do sol já anunciava que o domingo seria preguiçoso e dourado. Acordar com o rosto colado ao peito de Caio fazia tudo parecer mais leve, como se o peso do mundo tivesse tirado folga.
Ele ainda dormia, o braço jogado por cima de mim, o rosto tranquilo como raramente estava nas manhãs da semana. Fiquei ali por alguns minutos, observando a maneira como os cílios dele se curvavam, como a respiração seguia um ritmo calmo, quase compassado com o meu coração. Foi só quando me mexi que ele abriu um olho, sonolento.— Acordou noiva — ele murmurou, a voz rouca e baixa, como se ainda estivesse sonhando.Sorri.— Acordei. E você acordou oficialmente comprometido. Não tem mais volta, Caio.— Nem se eu mudar de nome e fugir pro Alasca?— Já mandei teu nome pra lista de pessoas comprometidas do universo. Nem o Alasca te salva ag