A noite avançou como uma chama baixa, dessas que não se apagam, mas também não se espalham de uma vez. Depois do beijo, Caio encostou a testa na minha, e nós dois ficamos ali por longos segundos, respirando um no outro, como se aquele momento precisasse ser absorvido em silêncio.
— Preciso de você, Lara — ele disse, quase num sussurro. — Mas eu sou um campo minado. Só queria ter certeza de que você sabe disso.Me afastei um pouco, só o suficiente para olhá-lo nos olhos.— E você acha que eu sou o quê? Um campo de flores?Ele riu, baixo, um som rouco e real, e aquele riso foi como um afago na tensão que ainda nos cercava.— Talvez um campo de batalha disfarçado de calmaria.Toquei o rosto dele, com os dedos devagar. A barba por fazer arranhava de leve, e eu gostei da sensação. Havia algo de perigoso e tentador em tudo o que envolvia Caio. E agora, não importava mais o quanto ele tentasse se esconder atrás da cautela: e