Lizandra
O silêncio antes da tempestade sempre parece mais pesado. É assim que me sinto agora, como se algo invisível estivesse prestes a despencar sobre mim. Não sei explicar, é um arrepio sutil na espinha, um incômodo que se instala no estômago, como se eu já soubesse que hoje não seria um dia comum.
A manhã começa com o café da manhã animado, algo que já virou rotina desde que a minha barriga começou a crescer. Don Vittorio, como sempre, acha que estou comendo pouco.
— Mais um pouco de pão, Lizandra — ele empurra o prato para mim.
— Estou satisfeita, Don Vittorio. De verdade. — Sorrio, tentando ser educada, mas meu estômago já ameaça protestar.
Disfarço e pergunto:
— Onde estão os Lopez?
— Saíram cedo, mas logo retornam, Levi precisava resolver algo. Don Vittorio responde apertando os olhos, sabendo que estou desconversando.
David, a ao meu lado, lança um olhar quase suplicante para a mãe. Liana, firme como uma rocha, intervém.
— Vittorio, ela comeu o suficiente para ela e para os