48. Dor Disfarçada

Mikhail Volkov

Quando voltei para a mansão, os corredores silenciosos me pareceram ainda mais frios. O relógio marcava quase meia-noite, e só a luz do quarto dela estava acesa.

Sophie estava ali, sentada na poltrona próxima à janela. O corpo curvado levemente, uma perna dobrada sob a outra. As mãos apoiadas no braço do estofado e o olhar perdido na escuridão do lado de fora.

— Boa noite — murmurei ao entrar, com a voz mais contida do que o habitual.

Ela não respondeu. Nem se moveu.

— Você pode dormir na cama. Eu ficarei aqui.

— Ok — respondeu baixo, sem desviar os olhos da janela. Sua voz parecia distante, como se falasse com o vazio.

Fechei a porta, a tensão entre nós ocupando cada centímetro do cômodo. Me aproximei lentamente, as mãos nos bolsos do casaco.

— Não sabia que estava tão íntima do seu segurança a ponto de irem juntos a um passeio… em um lugar romântico.

A frase saiu com mais veneno do que eu pretendia.

Ela respi rou fundo, ainda de costas pra mim. Quando respon
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