O dia passou em câmera lenta.
Enzo dormia por longos períodos, acordando vez ou outra com os olhos pesados, a voz rouca e um meio sorriso preguiçoso que só fazia meu peito apertar mais. A dor parecia menor agora, graças aos remédios que eu mesma calculei e administrei com precisão. Mas o cansaço estava colado nele como uma segunda pele.
Eu fiquei ao lado dele quase o tempo inteiro.
Lia. Respondia mensagens da faculdade. Passava compressas frias onde a pele começava a inchar. O toque da minha mão sobre ele era suave, e ao mesmo tempo íntimo. Como se curar alguém fosse meu jeito de amar.
— Você fica bonita assim — ele murmurou em certo momento, os olhos apenas entreabertos.
— Assim como?
— Com essa cara de médica que manda no mundo... e nas batidas do meu coração.
Sorri. Beijei sua testa.
— Vai dormir. Ainda está dopado.
Ele suspirou fundo, afundando no travesseiro como se minha presença fosse mais eficaz do que qualquer sedativo.
Enquanto ele dormia, eu fui até o closet impro