Capítulo 67

O cheiro dele ainda estava misturado ao sangue.

Quando Enzo me puxou contra o peito, o calor do seu corpo me envolveu num tipo de segurança que eu não encontrava em nenhum outro lugar. A faixa no ombro estava manchada. Eu podia sentir a tensão nos músculos dele, como se cada movimento estivesse sendo suportado com pura força de vontade.

Mesmo assim, ele não me soltava.

— Você devia estar deitado — murmurei contra sua clavícula.

— Estou — ele respondeu, com aquele meio sorriso torto que sempre aparecia quando ele queria fingir que não estava sentindo dor.

Suspirei, deslizando os dedos pelo peito dele, tateando as marcas de guerra que se acumulavam como tatuagens vivas.

— Você abriu mão da própria segurança hoje...

— Eu faria de novo. Mil vezes. Se fosse por você.

Levantei os olhos, e ele me olhou de volta daquele jeito que desmontava tudo dentro de mim. Havia um brilho nos olhos dele, algo entre fome e devoção. Como se ele me visse de um jeito que eu não sabia existir.

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