Ponto de vista: Sara
Saímos da biblioteca em silêncio. Não havia mais necessidade de palavras — elas seriam inúteis diante da tempestade que se formava dentro de mim.
O beijo ainda queimava nos meus lábios. Não era como se eu tivesse me arrependido, mas… meu coração latejava em conflito. Eu havia ultrapassado uma linha invisível, e agora não tinha como voltar atrás.
Enzo abriu a porta do carro com um movimento calmo e contido, como se estivesse lutando contra mil pensamentos ao mesmo tempo. Entrei, apertando o livro contra o colo, e ele fechou a porta com suavidade antes de contornar o carro e ocupar o banco do motorista.
Ele ligou o motor e seguimos pelas ruas iluminadas da cidade. Nenhum de nós disse nada por longos minutos.
Olhei pela janela, tentando controlar a respiração. A verdade era que meu corpo ainda vibrava com o toque dele. A forma como me beijou… como se tudo o que ele não podia dizer estivesse ali. Era diferente de tudo que senti com Luca — e talvez fosse isso que