Capítulo 69

O dia passou em câmera lenta.

Enzo dormia por longos períodos, acordando vez ou outra com os olhos pesados, a voz rouca e um meio sorriso preguiçoso que só fazia meu peito apertar mais. A dor parecia menor agora, graças aos remédios que eu mesma calculei e administrei com precisão. Mas o cansaço estava colado nele como uma segunda pele.

Eu fiquei ao lado dele quase o tempo inteiro.

Lia. Respondia mensagens da faculdade. Passava compressas frias onde a pele começava a inchar. O toque da minha mão sobre ele era suave, e ao mesmo tempo íntimo. Como se curar alguém fosse meu jeito de amar.

— Você fica bonita assim — ele murmurou em certo momento, os olhos apenas entreabertos.

— Assim como?

— Com essa cara de médica que manda no mundo... e nas batidas do meu coração.

Sorri. Beijei sua testa.

— Vai dormir. Ainda está dopado.

Ele suspirou fundo, afundando no travesseiro como se minha presença fosse mais eficaz do que qualquer sedativo.

Enquanto ele dormia, eu fui até o closet impro
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