Era a primeira manhã tranquila depois de semanas. O escândalo havia explodido e, mais importante, sido resolvido. Cecília e Leonardo estavam fora do jogo. Os jornais agora falavam em recuperação de mercado, inovação estratégica e, discretamente, na reputação inabalável de Valentina D’Ávila e Dante Marini.
Valentina estava na sala da presidência, terminando de revisar um contrato com a nova diretoria de marketing, quando ouviu uma batida discreta na porta.
— Pode entrar — disse sem tirar os olhos do documento.
— Bom saber que você ainda me deixa entrar sem crachá — disse a voz conhecida de Dante, com um sorriso no rosto.
Valentina ergueu os olhos. Ele estava mais leve, sem terno, com uma camisa azul-marinho e as mangas dobradas. Tinha aquele charme perigoso de quem sabia que podia tirar o fôlego de qualquer um — mas, naquele dia, havia algo diferente nele. Algo suave.
Ela ergueu uma sobrancelha. — Esperava você só à tarde.
— Eu antecipei. E... — ele tirou algo do bolso. Um pequeno enve