A cidade dormia sob um manto de néon e silêncio, mas Valentina D’Ávila não. O endereço enviado no e-mail anônimo a levou a um antigo edifício comercial, afastado da zona nobre. O tipo de lugar onde segredos se escondem melhor do que em cofres.
Ela entrou com passos firmes, os saltos ecoando pelo corredor vazio. O número 207 estava levemente entreaberto.
Valentina empurrou a porta com cuidado.
— Alguém aí? — sua voz soou firme, mas o coração acelerava.
— Que bom que veio, Valentina. — disse uma voz masculina, surgindo das sombras. Ele tinha expressão tensa, mas não ameaçadora. — Não tenho muito tempo. E você também não.
— Quem é você?
Ele estendeu um cartão, sem responder verbalmente. O nome impresso era de um antigo funcionário da Marini Corp, exonerado discretamente meses atrás. Ela se lembrava das acusações internas de espionagem, nunca confirmadas.
— Foi você quem vazou o contrato?
Ele hesitou. — Eu entreguei parte do conteúdo, sim. Mas não diretamente. Recebi uma oferta irrecusáve