LX. A Matilha Sombria
O calor da caverna, antes uma promessa vazia, tornou-se um refúgio palpável quando Seth, com uma gentileza que contrastava com a força de sua forma lupina, a deitou sobre uma pilha de peles macias perto do fogo. Lilith estremeceu, não de frio, mas da súbita ausência de seu toque. O calor de Seth, que a envolvera no caminho de volta, era um bálsamo que ela não sabia que precisava. Não era a caverna onde todos estavam, mas eles estavam muito cansados e Lilith também estava machucada para chegarem até lá. Seth se ajoelhou, examinando sua perna ferida, o som de seu suspiro de preocupação ecoando no silêncio da caverna. O ferimento já se curava, as fibras musculares e a pele se tecendo de volta à normalidade com a rapidez impressionante da regeneração lupina, mas a cicatriz, tanto em sua pele quanto em sua alma, permaneceria.
— Por que você fez isso? — A voz de Lilith era um sussurro rouco, carregado de uma vulnerabilidade que ela raramente permitia. Ela não se referia ao ato de salvá-la,