LVIX. O Grito de Sangue da Matilha Sombria
A quietude da caverna parecia uma afronta ao vulcão de memórias que fervia no interior de Lilith. As paredes de pedra escura não a protegiam do frio penetrante de seus traumas, e o uivo do vento na entrada parecia carregar os sussurros de fantasmas que ela havia enterrado, mas que se recusavam a ficar em suas covas. Lilith estava de pé perto da entrada, uma silhueta alta e tensa contra a escuridão, com seus olhos dourados fixos no vazio, revivendo uma balada cruel onde o amor era uma arma e a lealdade, uma ilusão. Ela carregava a cicatriz da traição não apenas em sua pele, mas em seu espírito, um abismo de dor e ressentimento que a tornava a alfa implacável que era agora.
Os flashbacks vieram com a força de um soco. A imagem de Damian, belo e cruel, zombando dela, as palavras venenosas sobre ser uma "casca vazia". A risada de Katarina, a "melhor amiga", o som de sua traição, mais afiado que qualquer faca. E as sessões de tortura, que ela havia tentado enterrar em sua mente. Os punhos,