LV. A Escuridão Acalorada da Lembrança
A quietude ancestral das cavernas oferecia um santuário físico, mas não conseguia dissipar a tensão palpável que pairava entre Serena e Dominic. Desde seu retorno, uma barreira invisível se erguera entre eles, feita de palavras não ditas, de cicatrizes emocionais ainda abertas e do medo persistente que assombrava a alma do alfa. Eles compartilhavam o mesmo espaço, respiravam o mesmo ar úmido e frio da caverna, mas seus mundos interiores permaneciam dolorosamente separados.
Serena se esforçava para se recuperar, a vida crescendo em seu ventre um lembrete constante de seu vínculo com Dominic, um elo que a própria magia sombria não conseguira romper. Mas a ausência de seu toque, o distanciamento em seus olhos cinzentos, criavam um vazio lancinante em seu coração. Ela ansiava pelo calor de sua presença, pela possessividade que a fazia sentir-se segura e amada, mas encontrava apenas uma cautela fria, um medo velado de sua própria natureza bestial.
Naquela noite, um tremor suave percorreu o