O salão antes luxuoso agora estava à beira do colapso. A atmosfera quente e abafada era cortada por murmúrios crescentes. As luzes suaves pareciam agora iluminar demais — expunham demais. Ana ainda estava com o microfone na mão, mas o centro da atenção havia mudado.
Lucius havia entrado.
Vivo.
Real.
E com a alma rasgada de saudade.
“Ah… então você estava aqui,” ele dissera.
A voz trêmula de emoção, misturada com dor.
“Como você pôde sumir com meu filho?”
A multidão congelou.
Mariana estava sem cor. Pálida, quase cinza. Um suor frio escorria pelas têmporas. A boca entreaberta. O vestido azul claro — tão angelical antes — parecia agora uma farsa cruel.
Lucius continuou, a voz falhando entre soluços:
“Eu te implorei pra não ir embora, Mariana… Eu disse que ia mudar. Eu prometi! Eu ia arrumar outro emprego, vender a fazenda se fosse preciso… Eu só queria você. Só queria nosso filho… Nossa família.”
Os olhos de Mariana se estreitaram.
Por um momento, todos pensaram que ela iri