O calor começava a esmorecer, e uma brisa leve dançava entre as fitas dos arcos floridos, balançando os girassóis com uma delicadeza cruel — como se até o vento soubesse que algo prestes a acontecer mudaria o tom daquela festa.
Lá fora, entre uma música instrumental e outra, os convidados ainda conversavam animadamente. Taças se erguiam. Risadas ecoavam. E então…Um silêncio sutil. Como um nó na garganta coletiva.Um novo carro chegava. Preto. Vidros escuros. Discreto demais para aquele evento de ostentação.A porta do passageiro se abriu lentamente.Primeiro desceu Ana.Vestida com um macacão branco de tecido nobre, estruturado, com uma leve transparência nas mangas e a cintura marcada. O salto fino cortava o solo de terra batida com precisão cirúrgica. O cabelo preso num coque baixo realçava o pescoço, exposto como se desafiasse o mundo a atacá-la — ou admirar. A pele morena brilhava sob o dourado do entardecer, e os olhos… os olhos