O som dos passos dela ainda ecoava no corredor quando Otávio voltou para sua sala, trancando a porta com um estalo seco. Ficou ali por um instante, as costas encostadas na madeira, os olhos fechados, tentando controlar a própria respiração. Não estava funcionando.
Marina.
Aquela mulher era um furacão. Entrava nos lugares com aquele olhar decidido, aquela voz firme, e fazia tudo parecer novo, vívido demais. Às vezes ele pensava que ela nem percebia o efeito que causava. Ou talvez soubesse, e fosse exatamente por isso que o tirava tanto do sério.
Otávio se jogou na poltrona, levando as mãos ao rosto. O calor nos dedos, o suor na nuca. Estava se repetindo. O mesmo ciclo. Ele reconhecia os sinais.