A tensão no ar era quase palpável — como eletricidade antes da tempestade. Marina sentia os olhares disfarçados dos colegas durante o café da manhã, enquanto tentava ignorar a presença constante e silenciosa de Otávio, que, ultimamente, parecia estar em todos os lugares ao mesmo tempo.
Mesmo quando ele não dizia nada, Marina o sentia. O peso do olhar dele. O julgamento contido. O calor estranho que queimava por baixo da frieza.
Na copa, Danilo e Bruno trocavam olhares cúmplices enquanto se serviam de café.
— Três dias. No máximo. — Danilo arriscou, apoiando o cotovelo no balcão.
Bruno deu uma gargalhada baixa.