A brisa da tarde balançava suavemente as cortinas de tule que Ana tinha improvisado nos guarda-sóis para fazer sombra sobre as mesas. Estávamos no jardim, os residentes divididos entre cadeiras, bancos de madeira e algumas espreguiçadeiras que Bruno arrastou com sacrifício até os cantos mais frescos.
Eu levava uma cesta com pincéis, folhas e potinhos de tinta. A proposta do dia era simples: arte ao ar livre. Estímulo cognitivo e sensorial. Eles adoravam essas atividades, mesmo que fingissem que não.
— Dona Elvira, prometeu que ia pintar hoje — chamei, vendo-a de braços cruzados perto da fonte, observando tudo como uma general em campo de guerra.
— Prometi pintar, sim. Mas não disse o quê. E tampouco com quem —