Era a gota que havia transbordado o vaso. Estava cheia, cansada da vida que tinha. Depois de desfilar nas melhores passarelas do mundo, estampar grandes outdoors publicitários e ser a modelo mais cobiçada, com casas de moda de alta-costura disputando sua presença como rosto estrela... agora estava ali, sozinha, em um quarto frio, cercada por luzes brilhantes que lembravam a ela quão vazia era tudo aquilo.
—Malditos miseráveis —sibilou impetuosamente, arremessando longe o jornal que segurava nas mãos.
Um homem corpulento entrou sem fazer barulho. Pele escura, olhos cinzas, musculatura marcada sob um elegante terno cinza chumbo, camisa preta e gravata da mesma cor. Era imponente, mas já não causava impressão nela.
—Gatinha, você está arisca. Diga, primor... quem te deixou assim? —perguntou ele, recolhendo o jornal que a loira havia lançado com força.
—Não é da sua maldita conta —respondeu Tabita sentando-se à