Ares segurava Clarice nos braços, com o corpo dela ainda trêmulo do retorno do plano astral. A fonte sagrada brilhava suavemente às suas costas, refletindo a luz da lua nova em seus contornos. Com cuidado, ele se ajoelhou sobre a relva úmida, puxando a capa escura que ela usava e envolvendo seu corpo nu, cobrindo-a com reverência. O calor de sua pele ainda pulsava, mas seus olhos, embora cansados, estavam mais vivos do que nunca.
Clarice o olhou. Ele a encarava como se estivesse vendo uma nova constelação surgir no céu. Então ele disse, com a voz embargada de emoção:
— Você é... a loba prateada?
A pergunta ecoou entre eles como um sussurro reverente, carregado de espanto, temor e fascínio. O silêncio pairou denso no ar. Ares não pressionou. Esperou que ela respirasse, que encontrasse as palavras.
— O que você faz aqui? — murmurou Clarice, ainda recobrando o fôlego.
Ele suspirou, se sentando ao lado dela.
— Grendor me acordou no instante em que você saiu. Ele sentiu algo... e eu senti