Ares caminhava ao lado dela pelos corredores silenciosos da casa da matilha. O luar filtrava-se pelas frestas das janelas, lançando sombras suaves no chão de pedra polida. Clarice mantinha a capa firme sobre o corpo, os cabelos ainda úmidos da fonte sagrada. Estava em silêncio, mas seus olhos diziam tudo — uma tormenta de sentimentos lutando por espaço.
Chegaram à porta do quarto do Alfa. Ares a empurrou com cuidado, oferecendo passagem. Clarice entrou devagar, o olhar vasculhando cada canto do cômodo. Era a primeira vez que cruzava aquela porta.
— Nunca entrei aqui — disse ela, com um tom que misturava ironia e algo mais amargo. — Nem mesmo quando morava na matilha. O quarto do Alfa era sagrado... e a única que tinha acesso era Saphira.
Ares sorriu com o canto dos lábios, percebendo o tom de ciúmes. Clarice revirou os olhos, cruzando os braços.
— Você não gosta dela? — ele perguntou, se encostando na porta com um sorriso divertido.
— Se eu cultivasse ódio por Saphira, teria que culti