A escadaria antiga de pedra curvada era silenciosa, iluminada apenas por archotes baixos e pelos vidros cor de âmbar que filtravam a luz da lua cheia. O ar naquela parte da casa era mais leve — como se os corredores antigos estivessem esperando por ela. Ares seguia na frente, o passo firme, mas desacelerado, quase como se quisesse dar tempo ao tempo, à alma dela... ao coração dela.
Clarice caminhava atrás dele, em silêncio, sentindo a madeira sob as solas. Seus dedos deslizaram de leve por um dos corrimãos — ela lembrava de polir aquele mesmo ponto até seus dedos doerem. Mas agora... ela subia. Pela primeira vez, não era ordenada a subir. Ela era conduzida. Convidada.
No topo, Ares parou diante de uma porta dupla de madeira escura, entalhada com arabescos antigos. Ela conhecia aquela porta. A câmara da Luna.
O som de seu coração ecoava baixo. E ela teve que respirar fundo.
Ares a olhou por cima do ombro. Havia algo brando em seu olhar, mas inabalável. Ele não disse nada. Apenas empurr