O toque foi breve, mas Clarice sentiu como se uma tempestade a atravessasse. Pele contra pele. Um lampejo prateado. Um sussurro antigo ecoando na própria alma.
Lyanna, sua loba, estremeceu dentro dela.
*** Ele se ajoelhou por nós. Você sentiu, Clarice. Ele quer se redimir em um gesto de submissão.
Ares ainda estava ali, parado, olhos escuros como o céu antes da tempestade. Grendor vibrava atrás daquele olhar. Esperando. Pedindo.
Clarice recuou um passo. O peito arfando.
Queria gritar. Correr. Ou se lançar sobre ele e esquecer o mundo.
Mas fez nada disso.
— Por que agora? Porque me fez sofrer e agora está fazendo novamente, eu deveria te rejeitar e assim a deusa me abençoaria com um novo companheiro — ela murmurou, a voz rouca, quase imperceptível.
— Porque me arrependi, desde aquele momento, eu pensei que estava certo e os deuses errados, lutei contra o vínculo, mas fui vencido por ele, tudo que senti naquele momento desde que pensei que tivesse morrido, foi o eco do vazio em minha vi