Dois anos haviam se passado.
O que antes era uma jovem de olhos desconfiados e passado partido, agora era uma mulher firme, de presença imponente e sorriso sereno. Clarice caminhava pelos corredores do castelo de Arkhadia como se tivesse nascido entre seus pilares dourados, mas sem jamais esquecer a origem humilde e a cicatriz da alma que a trouxe até ali.
Seus olhos, antes inquietos, agora brilhavam com convicção. E naquele dia, toda Arkhadia despertou em festa.
Os sinos ecoaram pela cidade antes mesmo do sol tocar o topo das torres. As praças foram cobertas de flores, os estandartes com o símbolo da realeza tremulavam nos ventos brandos do verão. Era o Dia da Apresentação, um evento raro e sagrado, reservado apenas àqueles que seriam oficialmente aceitos como parte da linhagem de Arkhadia — ainda que não por sangue, mas por alma e laços escolhidos.
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— Está tudo preparado, majestade — informou a camareira da rainha.
Lysendra assentiu e se voltou para Clarice, que estava diante do