O cheiro de pão quente e carne grelhada já enchia o ar quando nos aproximamos da mesa principal. O sol filtrava-se pelas colunas de pedra, lançando faixas douradas sobre os pratos fumegantes, e por um momento senti que aquele pátio — antes palco de disputas, treinos e olhares desconfiados — agora me recebia com um calor que não tinha nada a ver com o clima.
Ares puxou minha cadeira antes de se sentar ao meu lado. O gesto, pequeno para quem não o conhecia, carregava um peso que só eu sentia: era a forma dele dizer, diante de todos, que me colocava em posição de destaque.
Os primeiros minutos transcorreram em um silêncio respeitoso, quebrado apenas pelo tilintar de talheres e o murmúrio distante dos lobos conversando entre si. Até que um dos guerreiros mais velhos, Rurik, pigarreou e se dirigiu a Ares:
— Alfa… será permitido que a Luna participe do treinamento avançado ainda esta semana?
Ares ergueu o olhar lentamente, como quem avalia não apenas a pergunta, mas a intenção por trás dela