O sol já se inclinava para o oeste, tingindo o céu de tons dourados e alaranjados, quando Kaelen entrou na varanda. O semblante sério do beta não deixava margem para brincadeiras. Atrás dele, vinham três anciões da matilha, todos envoltos em mantos pesados de lã escura, com cajados de madeira polida que marcavam o compasso dos passos. O som seco das extremidades tocando o assoalho ecoou como um anúncio solene.
— Alfa — disse o mais velho, Eldrin, inclinando a cabeça num gesto de respeito. Sua voz soou grave, como se carregasse séculos de tradição. — Está na hora.
Ares ergueu o olhar, franzindo o cenho. — Hora de quê?
— Do rito de purificação do Alfa — respondeu o segundo ancião, com um timbre que parecia cortar o ar. — A cerimônia não une apenas a Luna à matilha, mas o Alfa à Deusa. É preciso que ambos se apresentem diante dela limpos de toda impureza.
Dentro dele, Grendor se moveu como uma sombra inquieta.
*** Então até nós teremos que nos banhar naquelas águas.
***Você fala como se