Ares abriu os olhos.
Lentamente.
Como se renascesse de um sono milenar.
O primeiro som que ouviu foi o choro contido de Clarice. A primeira imagem foi o céu... e logo em seguida, o rosto dela — borrado pelas lágrimas, iluminado pela luz dourada que ainda flutuava em volta deles.
Ele ergueu a mão com esforço.
E tocou o rosto dela com a ponta dos dedos, como quem toca algo sagrado.
— Eu ouvi tudo, meu amor... — murmurou com a voz rouca, mas firme. — E aceito você, Clarice Winsper, como minha companheira...
Como Luna da Matilha Thunderwoof.
Clarice engasgou com o próprio choro, e então sorriu.
Mas foi mais que um sorriso.
Foi a libertação de anos de dor, de medo, de silêncio.
Foi a vitória do amor sobre a morte.
E então... aconteceu.
Um arrepio percorreu os dois ao mesmo tempo.
Começou no dedão do pé, subiu pelas pernas, pelo ventre, pela espinha... até o couro cabeludo.
Um calor prateado, eletrizante, cheio de vida e magia.
O vínculo selou.
Forte.
Inquebrável.
E naquele instante, todos