O silêncio era um abismo.
Clarice continuava ajoelhada, com o corpo de Ares em seus braços, os dedos cravados nos cabelos dele, o rosto molhado pelas lágrimas que não cessavam.
— Ares... — sussurrou contra os lábios dele, quase sem voz. — Não vá... por favor...
Inclinou-se e beijou-o com uma ternura desesperada. Um beijo que pedia retorno, que implorava por vida. Os lábios dele já estavam frios. Mas ela o beijou mesmo assim, como se pudesse soprar vida de volta em seu peito.
As lágrimas escorriam.
Uma delas caiu direto no buraco enegrecido deixado pela flecha.
E ali... brilhou.
Clarice puxou a corrente em seu pescoço com dedos trêmulos. A runa dada por Idran. A centelha que ainda pulsava com energia.
— Eu expulso a escuridão deste mundo... — murmurou com voz embargada. — Que toda e qualquer ramificação dela... vá por terra. Que cada semente maldita seja exterminada...
Ela colocou a runa sobre o ferimento de Ares, exatamente sobre a marca da outra runa, dada por Lira. As duas brilharam