O silêncio que se seguiu às palavras de Clear era espesso como névoa em caverna ancestral. O salão permanecia imóvel, como se o tempo tivesse se retraído para ouvi-la.

Idran foi o primeiro a se mover.

Sem dizer uma palavra, retirou de dentro do manto escuro um pequeno tecido dobrado. Estendeu-o sobre a mesa central, revelando um punhado de objetos envoltos em veludo negro: pedras antigas, talismãs esculpidos em osso, pequenas runas de madeira marcada pelo tempo. Colocou tudo com cuidado diante de si e fechou os olhos.

A cabeça inclinada levemente, os lábios se movendo em prece inaudível.

Kaelen observava em silêncio, mas sua postura estava rígida — como se já pressentisse que as respostas não viriam fáceis.

O rei Kaelith cruzou os braços, caminhando devagar ao redor da mesa.

— Se tudo o que você disse aconteceu... e ninguém mais se lembra... nem mesmo sua loba... — ele murmurou — então temos duas possibilidades. Ou foi uma forma de ilusão espiritual, provocada por alguma força externa