A escuridão do quarto era cortada apenas pela luz branda das tochas do corredor, dançando nas paredes de pedra com um brilho suave. Ares fechou a porta com cuidado, sem desviar os olhos dela.
Clarice estava silenciosa, mas seus olhos estavam mais vivos do que nunca.
Sem dizer nada, ele foi até o banheiro. Ouviu-se o som do metal da torneira girando, e então a queda constante da água quente preenchendo o ambiente com vapor. Ele esticou a mão na direção dela, os olhos cinzentos carregados de intenção.
— Vem... Vamos tomar um banho.
Clarice caminhou em silêncio até ele, parando diante do guerreiro que tanto havia mudado, mas que ainda a fazia estremecer com um simples olhar. Ares começou a soltar os fechos de sua capa escura, deslizando-a por seus ombros com lentidão. O macacão colado ao corpo, de couro grosso, parecia uma segunda pele sobre ela.
Ele sorriu, os dedos deslizando até o zíper que seguia da base do pescoço até o umbigo.
— Estou com essa roupa desde ontem — murmurou, rindo ba