Capítulo 170
A escuridão do quarto era cortada apenas pela luz branda das tochas do corredor, dançando nas paredes de pedra com um brilho suave. O silêncio que se instalou entre os dois não era desconfortável — era denso, vibrante, carregado de algo que palavras não poderiam traduzir.

Ares fechou a porta devagar, os olhos cravados nela. Clarice estava ali, diante dele. Vivas. Reais. As visões, o sangue, os terrores... tudo ainda pulsava dentro dele, mas no meio daquilo tudo, só existia um desejo:

Ela.

Sem desviar o olhar, Ares caminhou até o banheiro. O som do metal girando ecoou, seguido pela queda constante da água quente preenchendo o ambiente de vapor. Ele estendeu a mão em direção a ela, a voz baixa, rouca.

— Vem... vamos tomar um banho.

Clarice não hesitou. Os passos foram silenciosos, mas carregados de significado. Quando parou diante dele, o mundo pareceu pausar.

Ares deslizou as mãos até a capa escura dela, soltando-a devagar dos ombros. Depois, seus dedos encontraram o zíper do maca
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