A escuridão do quarto era cortada apenas pela luz branda das tochas do corredor, dançando nas paredes de pedra com um brilho suave. O silêncio que se instalou entre os dois não era desconfortável — era denso, vibrante, carregado de algo que palavras não poderiam traduzir.
 Ares fechou a porta devagar, os olhos cravados nela. Clarice estava ali, diante dele. Vivas. Reais. As visões, o sangue, os terrores... tudo ainda pulsava dentro dele, mas no meio daquilo tudo, só existia um desejo:
 Ela.
 Sem desviar o olhar, Ares caminhou até o banheiro. O som do metal girando ecoou, seguido pela queda constante da água quente preenchendo o ambiente de vapor. Ele estendeu a mão em direção a ela, a voz baixa, rouca.
 — Vem... vamos tomar um banho.
 Clarice não hesitou. Os passos foram silenciosos, mas carregados de significado. Quando parou diante dele, o mundo pareceu pausar.
 Ares deslizou as mãos até a capa escura dela, soltando-a devagar dos ombros. Depois, seus dedos encontraram o zíper do maca