O Selo da Luz
O silêncio após a batalha era quase mais insuportável que os gritos.
Clarice ainda estava de joelhos, ofegante, com o sangue escorrendo pelos cantos da boca e a cabeça pendendo para frente. O ar ao redor dela tremia com fragmentos do que restara da sombra — redemoinhos negros girando lentamente, como se resistissem ao esquecimento.
Mas já não havia força ali.
A sombra tremulava, quebrada.
E Clarice, mesmo exausta, era mais inteira do que jamais fora.
Você está viva. — A voz de Lyanna voltou mais nítida, como se a ligação entre elas estivesse se reconstruindo. Você venceu.
Clarice ergueu o rosto e viu ao seu redor os fragmentos do mundo começando a ruir. As cinzas estavam se desfazendo em poeira dourada, o solo rachado começava a se recompor, e o céu, ainda ferido, mostrava rachaduras por onde raios de luz escapavam.
— Ainda falta o selo… — sussurrou, a garganta rasgada. — Preciso terminar…
Do centro do campo, onde antes se travara a batalha, surgiu um círculo de pedras a