A madrugada parecia mais densa do que o normal. Nem mesmo os sons da floresta se atreviam a romper o silêncio. Clarice estava de pé antes que o primeiro raio de sol cortasse o céu. Usava roupas cerimoniais de linho cru, a capa prateada caída sobre os ombros e os pés descalços, firmes na terra fria. Ao redor do grande círculo de pedras no centro da vila, os guerreiros se reuniam em silêncio, formando um semicírculo atrás dela.
Kaelen, Idran, Nara e os anciãos ocupavam seus postos. Ares estava à sua direita, trajando roupas escuras com detalhes em prata — um reflexo de sua posição ao lado da loba prateada, ainda não revelada ao povo, mas cada vez mais sentida por todos.
— Todos prontos? — Clarice perguntou, com a voz grave e baixa, mas que ecoou como um trovão entre as pedras.
Kaelen assentiu. — O Círculo está traçado. Nenhuma energia entra ou sai sem sua permissão.
— As oferendas foram posicionadas conforme os registros antigos. — disse Idran. — Se houver algo para ser revelado... virá