O vento carregava um cheiro diferente quando os primeiros pináculos de pedra surgiram entre as árvores altas. Não era o odor metálico da guerra, nem o cheiro doce das flores sagradas. Era o cheiro da memória antiga.
Clarice parou ao lado de Ares no topo da colina. À frente deles, a vila ancestral se revelava. Construída em círculos concêntricos de pedra negra e madeira lunar, parecia ter brotado da própria terra — sagrada, silenciosa e protegida por runas tão antigas que nem Idran conseguia decifrar todas à primeira vista.
Os guerreiros silenciaram, respeitando o peso daquele solo.
— A Deusa nasceu aqui? — murmurou Nara, como se temesse quebrar o feitiço ao redor.
Clarice respondeu com a voz baixa, mas firme:
— A lenda diz que foi aqui que sua essência tocou o mundo pela primeira vez. Não como uma mulher… mas como luz viva. Essa vila foi construída para guardar esse toque.
Kaelen, que já estudava as inscrições em um pilar à frente, se voltou:
— Há sinais de que passaram por aqui. Pega