O primeiro som não foi de passos. Foi de ar rasgando.
Uma flecha negra atravessou o céu e cravou-se bem no limite do círculo rúnico da vila ancestral. Estava envolta em energia corrompida — roxa, ondulante, como veneno que sangrava pela madeira.
Em segundos, o campo de proteção reagiu. Um estalo seco. As pedras vibraram. E então... silêncio.
Mas um silêncio que pesava como um presságio.
Clarice estava no alto da torre, observando o horizonte com os olhos prateados intensos. Ares subiu logo atrás, em forma humana, as veias tensas e o corpo coberto por uma armadura parcial de guerra.
— Eles chegaram primeiro do que esperávamos. — disse ele.
— Porque estão sendo guiados. Alguém conhece nossos caminhos. — Clarice respondeu.
Lyanna rosnava dentro dela, inquieta.
Eles querem a raiz. Não só a vila… mas o que está enterrado sob ela.
A coroa... o sangue da Deusa. — Clarice assentiu mentalmente.
Kaelen surgiu ao pé da torre, chamando por eles com a voz elevada:
— Temos movimento nos três flanco