O Coração das Águas Antigas
A trilha que levava ao Lago Espectral não constava nos mapas. Só os que carregavam marcas sagradas em suas almas conseguiam atravessá-la sem se perder. A floresta ao redor parecia se curvar à passagem da comitiva, como se reconhecesse a filha da Deusa em meio às sombras.
Clarice cavalgava à frente, a lâmina ancestral envolta em runas às costas, o véu do Fôlego Ardente pulsando em seu peito com um ritmo que não era mais só seu. A brisa carregava cheiros de musgo molhado e flor de sangue — um aroma raro, que só brotava antes de mudanças profundas.
Lyanna, sempre presente, parecia inquieta.
As raízes nos observam. Como se o lago soubesse que algo será tirado dele... ou deixado.
Talvez os dois. — Clarice respondeu em pensamento, os olhos fixos na neblina que começava a se erguer.
Ares vinha logo atrás dela, atento ao menor movimento. Seu cavalo negro pisava firme, silencioso. Seus olhos não deixavam os arredores, mas seu instinto estava centrado nela. A conexão